Não sei o que me deslumbra mais: se a lógica rigorosa do meu pensamento, se a metamorfose do pensamento em metáforas, se a construção de uma narrativa que, simultaneamente, se remete a sí propria e à matéria exterior que recupera.
O que sou sendo, outrora
Fui. Todavia não sendo
E sem então saber
Quanto era o que sou.
Fui sendo e sendo sou.
Diverso é só o verboNunca se é quem se foi
Sempre outro se vai sendo.
Entre o que é estando
E o que está sendo
Nem mesmo quem estivesse
E pudesse ir sentindo
O que se é ou está
Ou que se foi ou esteve
Podia compreender
Esse sendo ou estando
Já não era quem estava
Nem sendo seria quem
Era. Ser ou estar sendo
O que se é ou se foi
É estar querer a ser
Ou nem é ser nem estar?
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