terça-feira, 19 de abril de 2011

Um cheiro de terra molhada, de leve brisa e de céu encoberto!

Hoje, quando ia de Lisboa para Almada, fui invadida por estranhas percepções sensoriais!

Olhei para o céu estava encoberto, ali estava o sol à espreita para conseguir rasgar as nuvens que insistiam em ir de um lado para o outro como de uma brincadeira se tratasse.

Parece que de um momento para o outro aquele sol e aquele céu ficaram estranhamente importantes, como se estivesse a olhar depois de uma longa ausência de olhar...Não sei...foi peculiar, ergui a cabeça e , enquanto ia de um semáforo para o outro, não me contive de tanto contemplar!

Cheguei à consulta, aquele buliço hospitalar é gritante para mim...parece uma zona de guerra organizada por generais de bata branca e soldados de bata azul...ouço-me a falar sem mexer os lábios, estou em conversa com a minha cabeça e que grandes conversas....ouço-me outra vez: provávelmente ninguém que está aqui sentado, olhou para o céu hoje e sentiu o cheiro de terra molhada...ouço-me pela terceira vez...deviam...oh se deviam!!!

Finalmente...chamam-me...e quando entro ainda me sinto inebriada por aquele cheiro e aquela visão de céu...o médico está a falar comigo...mas confesso que a minha distracção era tão grande que parecia que tinha acordado depois de dormir anos.

Saio e caminho pela rua, olho novamente para o céu, inspiro o cheiro da terra molhada e de repente uma leve brisa de mar...arrepia-me....o meu corpo fugiu novamente...a minha cabeça, procurou, misturou aquele cocktail e por fim lembrei-me que recordação era... um cheiro de terra molhada, de leve brisa e de céu encoberto.



SCD

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